Evelyn Kirstein

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Evelyn Kirstein

Rio de Janeiro, 26 de junho de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Onde e quando você nasceu?

 

EK: Nasci no Rio de Janeiro, em 15 de março de 1944.

 

E quem foram seus pais?

 

EK: Meus pais nasceram na Alemanha, são judeus e tiveram que sair do país. Mas só se encontraram e se casaram no Rio de Janeiro.

 

Como foram seus primeiros estudos?

 

EK: Eu fiz o Jardim de Infância num lugar muito pequeno, dirigido por uma senhora alemã. Fiz todo o Primário, o Ginásio e o Clássico no Colégio Melo e Souza; primeiro em Ipanema, depois em Copacabana.

 

Quando você se formou? 

 

EK: Em 1961.

 

Fale um pouco da época da Faculdade Nacional de Filosofia.

 

EK: Embora minha vontade fosse estudar línguas anglo-germânicas, por conta do mercado de trabalho escolhi o Inglês.Entrei na universidade numa época de conturbação política, eu não estava acostumada a ter greve toda hora, mas foi uma época em que eu aprendi muito.

 

Quando você se formou e qual foi seu primeiro emprego?

 

EK: Graduei-me em 1966. Ainda cursando a faculdade, um dia uma colega disse que estavam precisando de uma professora de Inglês em um cursinho pré-vestibular, e eu aceitei. Eu tinha aula durante o dia e passei a trabalhar à noite. Como aluna da Faculdade de Filosofia, fiquei trabalhando um ano, sem ônus para os cofres públicos, para o Colégio de Aplicação. Em 1967, como horista, trabalhava na Faculdade de Filosofia. Quando precisei escolher, optei por continuar trabalhando na Faculdade.As escolas particulares em que trabalhei foram o Andrews em 1968 e, ao mesmo tempo, o Bennett.

 

Como foi seu primeiro contato com o Andrews?

 

EK: Muito prazeroso. Sempre gostei muito de trabalhar no Andrews. Eu sentia como se fosse minha casa. No início de carreira, eu era bastante rígida, hoje em dia sou outra professora, a experiência vai ensinando.

 

Para quais turmas você dava aula?

 

EK: Sempre trabalhei com o Clássico. De vez em quando, pegava turmas do Científico. Quando o Andrews começou seu cursinho pré-vestibular, eu dava aula de Inglês para todas as turmas.Sempre considerei o Colégio Andrews meu lar, e isso só terminou quando fui para a Inglaterra fazer pós-graduação.

 

Como era seu relacionamento com os colegas do Andrews?

 

EK: Meu relacionamento sempre foi muito bom com todos os professores, até com a Madame Jacobina.

 

E como foi seu relacionamento com os alunos, você se lembra de algum fato marcante?

 

EK: Lembro-me de Miguel Falabella, que foi meu aluno no Andrews, Eu tinha mania de fazer teatro nas minhas aulas e ele adorava. Depois ele foi meu aluno na Faculdade de Letras, mas nunca terminou o curso.Tive alunos que ficaram famosos, vários diretores de teatros. Quando eles me encontram vêm falar comigo.

 

Você destacaria algum elemento na orientação pedagógica do Andrews que fosse diferente de outros colégios?

 

EK: A professora Lea, que era orientadora pedagógica no Andrews, sempre me dizia que eu devia dar mais amor aos meus alunos.

 

Você pegou diferentes direções no colégio?

 

EK: Basicamente o Edgar Flexa Ribeiro. Tinha os vice-diretores, o Motta Paes que era um gentleman, o Aluísio, com o qual não tinha muito contato. Eu me lembro do Paulinho da portaria.

 

Você deu aula na Praia de Botafogo e na Visconde de Silva?

 

EK: Nos dois lugares. Às vezes saía correndo de um e ia para o outro para completar o horário, mas sempre muito bem, muito satisfeita, gostando muito. A minha ida para a Inglaterra foi uma coisa dolorosa, era a minha primeira experiência fora, eu tinha que escrever uma tese.

 

Onde você fez o doutorado?

 

EK: Em Manchester, mas defendi a tese aqui, o meu doutorado é pela Faculdade de Letras.

 

De uns tempos para cá muitos colégios fecharam, o que você acha que o Andrews tem que resistiu ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008?

 

EK: Ontem eu estava subindo no elevador com um vizinho, de oito ou nove anos, que estava com o uniforme do Colégio Andrews. Deve ser a qualidade dos professores. Se há pais que colocam os filhos para estudar num estabelecimento de ensino é porque confiam.

 

Qual foi o papel do Andrews em sua vida?

 

EK: O Andrews foi muito importante. Eu cresci como professora ali dentro. Foi meu primeiro contato com o ensino particular. Aprendi muito. O Andrews foi onde eu comecei realmente a ser professora. Na faculdade eu gostava de dar aula nas primeiras séries. Eu não sou uma intelectual, eu gosto de aprender com os alunos. Acho que está no sangue. Quando eu era pequena, gostava de brincar com uma porção de bonecas, fazia um caderno para cada uma, dava nota e corrigia. Eu nunca tive dúvida da minha profissão.

 

Muito obrigado, professora, pelo seu depoimento.

 


« voltar

COLÉGIO ANDREWS

(21) 2266-8010

Endereço:
Rua Visconde de Silva, 161
Humaitá CEP 22271-043
Rio de Janeiro - RJ

Colégio Andrews
Todos os Direitos Reservados
@ 2017