Gilda Carregal Sztajnbok

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Gilda Carregal Sztajnbok

Rio de Janeiro, 6 de novembro de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Onde e quando você nasceu?

 

GC: Eu nasci no Rio de Janeiro, no dia 7 de abril.

 

Quem foram seus pais?

 

GC: Minha mãe, Adélia Carregal, é professora e a vida inteira se dedicou à Educação. Meu pai Gabriel Carregal era representante comercial.

 

Onde você fez seus primeiros estudos?

 

GC: No Instituto de Educação. Com nove anos, fui para a Escola Shakespeare, onde fiz a terceira e quarta série. Depois fui para uma escola na rua Francisco Otaviano, no Arpoador, onde acabei o Primário. O Ginásio fiz no Colégio Acadêmico, no Humaitá e retornei ao Instituto de Educação para fazer o Curso Normal.

 

Quando você se formou no Instituto?

 

GC: No final de 1979.

 

Como foi seu primeiro contato com o Colégio Andrews?

 

GC: Eu estava terminando o Curso Normal e trouxe meu currículo no Andrews. Fiz uma entrevista com a Enoli, que fazia a orientação pedagógica naquela época, e ela me contratou para dar aula na 2ª série.

 

Quem era a supervisora da Visconde de Silva nessa época?

 

GC: A Marisa Fiúsa de Castro.

 

Como foi seu percurso no Andrews?

 

GC: Fiquei em turma 20 anos. Em 2000, assumi a orientação pedagógica de primeira à quarta série, agora primeiro ao quinto ano.

 

 

Qual a sua formação?

 

GC: Entrei para o Andrews no mesmo ano em que fiz vestibular. Cursei a a faculdade de História na Universidade Santa Úrsula. Mais tarde, retornei para a faculdade e concluí Pedagogia no Instituto Isabel.  Fiz um curso de psicopedagogia com a Maria Luísa Leão.

 

Você destacaria algum fator na orientação pedagógica do Andrews? Você acha que a orientação pedagógica que o colégio imprime é diferente de outras escolas?

 

GC: Eu só tenho a experiência do Andrews. Mas acho que o colégio tem uma coisa de diferente, que é compartilhar, poder estar atento, ter sempre uma possibilidade de conversar com os professores. Vejo como uma orientação mesmo. As coisas nascem juntas, são planejadas em conjunto, estamos sempre traçando metas. O Andrews é um colégio que se renova muito, não é parado no tempo.

 

O que você acha que é esse “pensar diferente” do Andrews?

 

GC: É a questão de estar sempre à frente do seu tempo. Já nasceu diferente dos colégios daquela época. O colégio está sempre buscando algo diferente, procurando estar atualizado, ver o quê de relevante está acontecendo no mundo. A trajetória do Andrews mostra esse a mais.

 

Você achava que a Visconde de Silva e a Praia de Botafogo eram dois colégios diferentes?

 

GC: Não vivi a Praia de Botafogo, sempre fui da Visconde de Silva. As crianças ficavam na Visconde até o sexto ano, iam para a Praia na sétima série e retornavam no terceiro ano colegial. Aos poucos isso foi se modificando, até que vieram todos para a Visconde. Eu não enxergava como dois colégios diferentes. É claro que a demanda era diferenciada por causa da faixa etária, mas a dedicação dos funcionários e da direção sempre foi é a mesma.

 

Nesse tempo todo que você está trabalhando no Andrews você pegou várias direções. Você viu alguma diferença entre elas?

 

GC: Quando eu cheguei, o doutor Carlos ainda estava à frente de tudo. Ele não vinha com tanta frequência à Visconde Silva, mas quando vinha, circulava muito pela escola. Uma vez eu estava chegando com as crianças e vi um senhor dentro da sala. Pedi a ele para se retirar porque a aula ia começar, e ele saiu; depois vim a saber que era o diretor da escola. Ele era uma pessoa muito simpática, quando fui pedir desculpas ele disse que a falha tinha sido dele por não ter se apresentado como diretor para uma professora nova na casa. Quando comecei no Andrews, na Visconde de Silva, a Verinha era a diretora e a Marisa a supervisora. Depois a Adélia Carregal assumiu a supervisão, compartilhando com o Rogério, vice-diretor, e a Verinha, diretora. Na Praia de Botafogo os diretores eram o Dr Carlos, o Carlos Roberto e o Edgar. Nessa época,houve algumas inovações no sentido de verticalizações, que até então não fazíamos com tanta frequência. Isso foi interessante para conhecermos outros professores. Atualmente, a Inez é a supervisora. Nesse meio tempo o Pedro assumiu a direção também. Ele é um diretor muito presente. Não que os outros não fossem, mas o Pedro veio com muita vontade, estudou muito sobre educação. Agora chegou a Ana Carolina, a cada ano mais inserida na função de comando, se inteirando de tudo que está acontecendo, participando efetivamente do dia a dia da escola. É uma direção presente.

 

Você acha que houve uma mudança muito grande na clientela do Andrews?

 

GC: Houve alguma mudança porque parte da clientela migrou para escolas bilíngues. Há modismos: escolas tradicionais, construtivistas, de vanguarda, bilíngues. Mas o Andrews também tem uma clientela fiel.

 

Com a nova geração na direção do Andrews, e a reunião de toda a escola na Visconde de Silva, você acha que mudaram os rumos do colégio?

 

GC: Acho que houve mudanças significativas, todas para melhor. Essa ideia da verticalização, de conhecer a estrutura como um todo, da Educação Infantil ao Ensino Médio, é importante. Tivemos encontros de formação, com todos juntos, oportunidade para conhecer o trabalho dos outros. Isso foi muito positivo. Para a direção também ficou mais fácil dirigir o colégio de um só lugar. É bom e produtivo ter a equipe trabalhando junta. 

 

Você acha que houve mudança na qualidade do corpo docente do colégio?

 

GC: O investimento no corpo docente é grande. Temos uma postura de incentivo ao estudo, fazendo formações, oferecendo palestras e reuniões. O Andrews tem um corpo docente que permanece, os profissionais têm uma média de 10 anos de casa. Isso é bom porque podemos acompanhar sua evolução. É uma formação que se faz no dia a dia, aqui existe a possibilidade de formação contínua.

 

De uns tempos para cá muitas escolas fecharam. O que você acha que o Andrews tem que está resistindo ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008?

 

GC: O Andrews, de alguma maneira, está na vanguarda. Ele se antecipa para algumas coisas. Não é um colégio que fica preocupado com modismos. Os alunos saem daqui realmente com uma formação. As famílias entendem nossa proposta, o colégio incentiva a parceria o tempo todo. O diferencial do Andrews é que ele sabe que tem uma história, gosta da sua história, reconta, se atualiza. O Andrews tem uma identidade e a preserva. O Andrews é um colégio que dá saudade. Muitos ex-alunos voltam com seus filhos.

 

Qual é a importância do Colégio Andrews na sua vida?

 

GC: Toda a minha vida profissional foi feita aqui. Fora isso, está mesclado com a minha vida pessoal, cheguei aqui solteira e recém- formada. Me casei, tive três filhos, todos estudaram no Andrews. É um ambiente de trabalho maravilhoso. Você chega com vontade de trabalhar. O Andrews é um colégio transparente. Isso também dá muita uma tranquilidade.

 

Muito obrigada pelo seu depoimento.

 

 


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