Marita Villela Vieira França

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Marita Villela Vieira França

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Onde e quando nasceu?

 

MF: Nasci em Minas Gerais em 19 de outubro de 1934. Passei minha infância e juventude em uma fazenda.

 

Quem foram seus pais?

 

MF: Moacir Vasques Vieira e Maria José Villela Vieira. Meu pai era fazendeiro e minha mãe dona de casa. Eles tiveram 11 filhos.

 

Onde você fez seus primeiros estudos?

 

MF: Na Escola Normal Nossa Senhora do Carmo de Cataguazes. Eu era interna e adorava o colégio. Era uma família para mim. Há dois anos nós festejamos 50 anos da turma. Reunimos quase todas as colegas em Cataguazes, faltaram só duas. E eu continuo mantendo contato com umas quatro ou cinco.

 

Quando você se formou? E qual foi seu primeiro emprego?

 

MF: Me formei na escola normal em 1952 e fui lecionar em uma escola rural perto da fazenda, em Trimonte. Depois, meu pai vendeu a fazenda em Minas e comprou outra no Espírito Santo, em Muqui. Fomos todos para lá. Trabalhei um pouco na fazenda. Eu ensinava as crianças. Casei-me com o vizinho, morei um ano em Cachoeiro de Itapemirim e depois vim para o Rio de Janeiro.

 

Qual foi seu primeiro emprego no Rio de Janeiro?

 

MF: Trabalhei no Instituto Souza Leão. Em 1967, minha prima que trabalhava no Andrews, Maria Alice Simonsen, me apresentou ao diretor do colégio Edgard Azevedo, e eu fiquei substituindo a Edith por uns 15 dias. Fiz meu relatório e fui conversar com a coordenadora. Ela gostou demais do meu trabalho. No ano seguinte eu fui contratada.

 

Para quais turmas você começou a dar aula?

 

NF: Eu fiquei cinco anos com a segunda série primária. Depois, eu passei a dar aula na quarta série, mas só de Português. Eu lecionava no turno da tarde. Minhas duas filhas foram estudar no Andrews. Quando minha filha passou a estudar de manhã, eu pedi para trabalhar nesse turno. Sempre considerei o Andrews uma segunda família.

 

Como era o seu relacionamento com os colegas?

 

MF: Não podia ter sido melhor. Eu me dava muito bem com todo mundo. Depois de 14 anos de trabalho, quando a Mariza Fiúza de Castro ia sair, em 1982, ela me convidou para ser coordenadora da primeira a quarta séries.  Todo final do mês tinha festa para as aniversariantes. Nós fazíamos um rateio e encomendávamos salgadinhos, bolo, refrigerante e comprávamos uma lembrança. A festa era na hora do recreio porque eu não queria dar nenhum motivo para a direção do colégio reclamar. Quando eu tinha algo para conversar com alguém, era sempre em particular. Elas tinham uma consideração muito grande comigo.

 

Quando você saiu do colégio?

 

MF: Eu pedi demissão em 1996. Nessa ocasião, as professoras me escreveram cartões emocionantes. Dava para ver que nós tínhamos uma amizade muito sincera.

 

Você ainda mantém contato com esse pessoal?

 

MF: Mantenho. Há dois anos eu fiz um lanche para as colegas do Andrews.

 

Você pegou diferentes direções no Andrews, você notou alguma diferença entre elas?

 

MF: Acho que o principal não mudou. No início foi o Edgar Azevedo, mas eu não tinha convivência nenhuma com ele. Ele saiu e o Edgar Flexa Ribeiro assumiu. Na Visconde Silva tinha a Mariza, a Ana Belizans, a Adélia. Eu tinha um relacionamento muito bom com todas elas, não tinha o que reclamar.

 

E contato com a Praia de Botafogo você tinha?

 

MF: Só tinha algum contato quando minhas filhas estudavam lá, mas como coordenadora não tinha nenhum.

 

Depois que você se aposentou, você continuou indo ao Andrews?

 

MF: Ia lá por causa das aulas de catecismo. Só deixei o colégio em abril de 2007. Encontrava com todo mundo, levava terço e santinhos para as professoras.

 

Quando você trabalhou como professora você via algum elemento diferente na orientação pedagógica do colégio? Você achava que os professores tinham total liberdade de montar seus cursos?

 

MF: Nós tínhamos reuniões com a orientação pedagógica, trocávamos ideias sobre algum trabalho. Era mais uma troca de ideias e de experiências. Nunca teve nada imposto.

 

Você se lembra de algum fato curioso ou engraçado que ficou marcado para você?

 

MF: Era tudo em um ambiente tão gostoso, tão bom. Brincávamos com uma ou com outra. Não teve assim um grande fato isolado que eu me lembre. Existia muito esse relacionamento muito bom. Eu brincava muito com  a Edith.

 

De uns tempos para cá muitas escolas fecharam, o que você acha que o Andrews tem que está resistindo ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008?

 

MF: O Andrews tem uma base muito sólida do que é a educação, do que é educar uma criança. Quando eu estava lá, eu ouvia professoras dizendo que tinham trabalhado em outro colégio e era diferente porque os alunos faziam bagunça nas turmas, desrespeitavam professor e a direção ficava cuidando da família com todo jeito. O professor que era responsabilizado de tudo, o aluno era em primeiro lugar porque ele pagava. Eu dizia que nunca tinha sentido isso no Andrews. Era sempre um sistema de valorizar muito o professor. Nunca se tirava a autoridade do professor perante o aluno. O respeito foi a pedra fundamental que segurou o Andrews esses anos todos, não só entre os professores e alunos, mas entre os próprios alunos.

 

Qual foi a importância do Andrews na sua vida?

 

MF: O Andrews para mim era uma segunda família. Eu fui para lá, levei as minhas filhas. Elas fizeram ótimos cursos, passaram para a faculdade em primeira opção. Eu também tinha lá quatro sobrinhos que sempre se deram muito bem.

 

Você quer acrescentar alguma coisa?

 

MF: Tenho uma ligação muito forte com o Andrews. Agradeci a toda a família por ter me permitido fazer meu trabalho de catecismo lá. O colégio é maravilhoso. O pessoal sempre teve muita consideração e muito respeito. É um laço muito forte que me prendeu ao Andrews e ao pessoal de lá.

 

Muito obrigada pelo seu depoimento.

 

 


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