Autoria e argumentação norteiam reelaboração temática
Um dos importantes objetivos do Andrews é a formação de leitores/autores. Para isso, o aluno tem contato com o texto de forma permanente, seja na leitura ou na escrita. Mais do que nas aulas de Língua Portuguesa, as produções textuais perpassam todas as disciplinas, favorecendo a capacidade de escrever sobre os mais diversos assuntos: da História à Matemática.
Na 1ª série do Ensino Médio, os alunos realizaram reelaborações temáticas propostas pelos professores Raphael Kappa, de História, e Elaine Antunes, de Literatura Brasileira.
A ideia da Profª Elaine foi discutir sobre “Como o indivíduo deve se relacionar com os meios de comunicação?”, através de uma atividade interdisciplinar, que envolveu Arte, Literatura Brasileira, Língua Portuguesa e Redação. “A proposta reuniu conteúdos como: elementos do processo comunicativo, funções da linguagem, a linguagem e a arte. Neste cenário, trouxemos à tona um debate sobre a comunicação e as novas tecnologias, com seus avanços e problemas, bem como as responsabilidades que devemos ter”, explica a Professora.
Para as pesquisas preliminares, os alunos receberam dois textos. O primeiro foi “Corrigir o desastre da Internet - A Web descarrilhou”, da jornalista Delia Rodríguez, e o segundo foi uma charge do humorista e escritor Millôr Fernandes. Ambos sugerem relações possíveis entre o homem e os meios de comunicação. A partir daí, cada aluno deveria abordar a importância da comunicação na construção das artes, utilizando os conceitos da comunicação visual ou verbal e defendendo seu ponto de vista em uma dissertação-argumentativa.
“Foi possível perceber o empenho dos alunos. Houve textos bons, com qualidade, evidenciando a dedicação em escrever com propriedade e conteúdo. Os critérios de avaliação se aproximam dos usados pelas bancas dos vestibulares. Desse modo, eles estão sendo preparados para avaliações externas à escola”, afirma Elaine.
Na disciplina História, depois de aprenderem sobre Absolutismo e Grandes Navegações, os alunos tiveram que relacionar esses conceitos com temas atuais. A tarefa foi precedida de debates sobre o papel da família real em estados contemporâneos como o Reino Unido, onde jornais chegaram a comparar a saída do príncipe Harry e da duquesa Meghan com o Brexit. Já as Grandes Navegações, consideradas por alguns teóricos o embrião da globalização, foram relacionadas ao tema do ano – Como construímos nosso(s) lugar(es). A intenção foi traçar um paralelo para entender que apesar de as distâncias terem diminuído entre os territórios físicos, ainda existem grandes abismos que separam diferentes culturas. A partir desses questionamentos e da indicação de textos, artigos e filmes, os alunos pesquisaram e escolheram um tema para escrever.
“A participação deles surpreendeu. Os textos apresentaram argumentações embasadas e pertinentes. O resultado foi tão positivo que alguns trechos de reelaborações foram utilizados como textos-base para questões do teste que eles fizeram”, conta o Professor Raphael Kappa.