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Afonso Ferrario

Projeto Andrews 90 anos Entrevista com Afonso Ferrario (Professor) Rio de Janeiro, 3 de julho de 2007 Entrevistadora: Regina Hippolito Onde e quando nasceu? AF: No Rio de Janeiro, em 8 de março de 1949. Quem foram seus pais? AF: Meu pai se chamava Carlo Ferrario, jornalista, imigrante italiano, foi secretário particular do Alceu Amoroso Lima a vida inteira. O Alceu era meu padrinho. Minha mãe era Celeste Facedo Ferrario, professora. Acho que herdei um pouco dessa veia dela. Onde você fez seus primeiros estudos? AF: O primário eu fiz no Ginásio Guido de Fontgalland, em Copacabana; depois fiz o Ginásio e o Científico no Colégio Santo Inácio. Saí do Santo Inácio e fui para a PUC fazer Engenharia e Física. Quando você se formou? AF: Em 1972. Você sempre quis ser professor? AF: Sempre, desde garoto. Com 14 ou 15 anos, eu já dava aulas particulares, sempre gostei do magistério. Qual foi seu primeiro emprego? AF: Foi em 1968, no curso noturno do Colégio Santo Inácio, quando fundamos o curso, e no curso vestibular CAS, no Centro da Cidade. Qual foi o seu primeiro contato com o Colégio Andrews? AF: Em 1972, fui convidado para fazer parte da equipe do terceiro ano, organizada pelo professor Edgar Cabral de Menezes e pelo falecido amigo Arthur Sette, que era o coordenador do terceiro ano do Colégio Andrews. Funcionava onde, na esquina da Bolívar? AF: Sim, no prédio onde havia todos os cursos. Depois fomos para a Visconde de Silva, em uma casa pequena. Foi crescendo, construíram a parte de trás e depois a da frente. Você sempre deu aula de Física no terceiro ano? AF: Sempre. Como foi o seu relacionamento com seus colegas? AF: Excelente, era uma equipe maravilhosa, pessoas muito amigas, muito competentes. Tinha colegas das mais diversas vertentes e formações, nos dávamos muito bem. Qual foi o período que você ficou no Andrews? AF: De 1972 até 1988. Por que você saiu? AF: Pedi demissão porque fui ser coordenador do Colégio Santo Inácio em horário integral. Na época, o Carlos Roberto falou que era uma pena me perder depois de muitos anos. Era uma grande escola, tivemos excelentes alunos. Você se lembra de alguns deles? AF: Miguel Falabella foi um ícone lá pelo ano de 1974. Na turma dele, tinha a Maria da Glória, a Joice, a Letícia. Alguns alunos dessa turma marcaram muito. Os dois filhos do Domício Proença foram meus alunos, inclusive o que faleceu. Recentemente, encontrei alguns ex-alunos, como o Otávio Leite, que hoje é deputado e foi vice-prefeito; ele foi da turma do filho do Domício. Cristiane Torloni foi uma grande aluna que tive, assim como Maria Padilha, Bia Nunes, e outras pessoas que hoje estão em várias áreas da sociedade. Nesse período que esteve no colégio, você identifica fases diferentes? AF: O tempo que fiquei no colégio foi uma fase muito boa, quando tínhamos resultados maravilhosos em termos de formação, educação e aprovação no vestibular. O Colégio Andrews sempre foi top de linha nas décadas de 1970 e 1980, disputando com os melhores colégios e cursos do Rio de Janeiro. Você destacaria algum marco na orientação pedagógica do Andrews? Alguma coisa diferente dos outros colégios? AF: O interessante no Andrews era que a orientação pedagógica dava muita liberdade ao professor e confiava muito no seu trabalho. Foi muito bom. É uma época de que tenho muita saudade: dos colegas, da direção, das pessoas. Lembro que, ainda na Praia de Botafogo, o colégio passou por uma transição complicada para o sistema de créditos. Quando foi isso? AF: Mais ou menos na década de 1990. De uns tempos para cá, muitas escolas fecharam. O que você acha que o Andrews tem que está resistindo ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008? AF: A tradição. É uma escola boa. O fechamento de muitas escolas deve-se ao fato de a classe média ter ficado muito achatada economicamente. Hoje, pagar uma escola de qualidade é muito complicado para quem tem dois ou três filhos. Além disso, o aparecimento das faculdades particulares fez com que a concorrência nos vestibulares mais fortes, como os da UFRJ e da UERJ, fosse menos disputada. As pessoas não querem tanto essas universidades por várias razões, principalmente por questões de segurança. Uma família de classe média da Zona Sul hoje prefere que seu filho estude na PUC do que na UFRJ, por questões de segurança. Também proliferaram cursos de Direito, Economia, Administração de Empresas, Moda, Artes. Com isso, entrar numa faculdade não é mais tão difícil, o que fez as escolas diminuírem seu grau de exigência. Qual foi a importância do Andrews na sua vida? AF: Foi muito importante, não só porque me projetou como um ótimo professor para a sociedade carioca, mas, mais importante, porque fiz grandes amigos dentro da escola. Você quer acrescentar alguma coisa? AF: Eu gostaria de voltar ao Andrews como professor. Que mais você quer acrescentar? AF: As festas do Dia do Mestre eram maravilhosas, dançávamos muito. Às vezes, eram feitas na Visconde de Silva, outras no Clube Militar da Praia Vermelha. Não importava o local, importava o grupo estar todo junto e se divertindo. Muito obrigada, professor, pelo seu depoimento.
Afonso Ferrario
90 anos do Colégio Andrews
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