Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Edgar Azevedo

Projeto Andrews 90 anos Entrevista com Edgar Azevedo Rio de Janeiro, 6 de junho de 2007 Entrevistadora: Regina Hippolito Gostaria que o senhor começasse falando sobre seus pais. EA: Meus pais foram Walter Lemos de Azevedo e Virgínia Bahia Lemos de Azevedo, e meus dois irmãos Maria Alice e Jorge. Havia um parentesco entre as famílias Flexa Ribeiro e Azevedo. Eram duas irmãs que se casaram, eu nasci de um lado e Carlos nasceu do outro. Na época em que estava terminando meus estudos de primeiro grau, tive muita vontade de participar do Colégio Andrews. Para ficar, aceitei qualquer lugar para trabalhar e assim comecei como auxiliar no Laboratório de Química. Isso dava a mim a possibilidade de ficar no colégio, por força de um trabalho que se estendia o dia todo. Minha tia Alice, mãe de Carlos Flexa Ribeiro, era uma pessoa com a qual eu tinha uma grande identificação. Alice Flexa Ribeiro foi uma das fundadoras do Colégio Andrews, junto com Isabel Andrews. Conta-se sempre a história de que o Andrews foi um colégio diferente de tudo o que existia naquela época. O colégio desenvolveu-se, desde uma pequena casinha até a mudança para a Praia de Botafogo. Quando o senhor nasceu? EA: Nasci há muitos anos, em 19 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro. Conte um pouco sobre a sua infância. Onde o senhor morava? EA: Nasci em Santa Teresa e, à medida que fui crescendo, passei por algumas casas. Fui para Copacabana, onde morei num grande casarão, junto com a família Flexa. Morei no Leme por muito tempo, até quase meus 20 anos, e lá meu pai tinha um escritório. Meu pai era advogado, ele tinha também outro escritório que era na cidade. De lá fomos para a Rua Voluntários da Pátria número 100, de onde saí para me casar. Onde o senhor fez seus primeiros estudos? EA: Eu fiz todos os meus estudos no Andrews, até ingressar na Faculdade de Direito. Fale um pouco sobre seus estudos, o senhor se lembra dos professores? Como foi seu curso no Andrews? EA: O Andrews já naquela época se firmava como um grande expoente em matéria de educação. Eu tive o prazer de poder, desde o Jardim de Infância até a última série do Ensino Médio, ficar no Colégio Andrews, me preparando posteriormente para uma faculdade, onde ingressei. Estudei na Faculdade Nacional de Direito. Teve algum professor do Andrews que ficou marcado em sua memória, ou alguma lembrança dessa época de colégio? EA: Eu tinha uma professora com a qual eu me identificava enormemente, ela se chamava Margarida Moraes e Silva. Que matéria ela dava? EA: Português, na época do Ginásio. Além dela, teria algum outro? EA: Outro seria o professor David José Peres, que era um sábio em matéria de conhecer as coisas, e isso me incentivava a fazer perguntas que não estavam ligadas à matéria dele, o Latim. Ele ensinava Filosofia, Português, tinha um conhecimento muito amplo. David Peres ficou no Colégio Andrews durante muito tempo, até quando eu fui Diretor, sempre com brilhantismo e uma firmeza extraordinária. Era realmente uma figura exponencial na trajetória do Colégio Andrews. O senhor fez o curso Clássico? EA: Na minha época tinha o Clássico e o Científico. Eu cursei o Clássico. Eu considero que seria muito interessante voltar a esse estágio, porque sempre alguns alunos gostam mais do grupo de matérias humanas e outros de matérias exatas. Quando o senhor se formou no Colégio Andrews? EA: Eu acabei o Clássico em 1938. O senhor se lembra do nome dos seus colegas? EA: Durante muitos anos me reuni com um grupo de amigos, principalmente em minha casa, para manter um contato mais assíduo. Era um grupo de oito, entre eles Antônio Azeredo, Odair Bernardes, Luís Vitor Arinos. Essa turma de Ginásio foi uma turma sempre muito amiga, e que me deu pessoalmente um enorme prazer. Foi uma turma que tinha gente da mais alta qualidade do ponto de vista intelectual. Outra pessoa que foi da minha turma do Andrews, e que veio a ser uma funcionária de alto nível, foi a Guilhermina Sette. Ela era uma pessoa extraordinária, estudiosa ao extremo, que fez parte do colégio na administração de uma maneira brilhantíssima ajudando na orientação educacional. Ela trabalhou comigo quando eu era Diretor, entre 1960 e 1972. O senhor se formou em Direito em 1938? EA: Sim, na Faculdade Nacional de Direito, e fiz um curso de magistério, que funcionava no Castelo. Fiz algumas disciplinas para obter o registro de professor. Eu dava aulas no colégio, e ao mesmo tempo era da administração. A Guilhermina fazia o mesmo, dava aulas e trabalhava como Orientadora Educacional. Em que ano o senhor entrou para trabalhar no colégio? EA: Na década de 1940 comecei no colégio como auxiliar de laboratório, fazendo somente um trabalho para ter o prazer de ficar no colégio. O senhor trabalhava o dia inteiro? EA: Não me lembro muito bem, mas trabalhava num período muito longo, começava pela parte da manhã e seguia um pouco à tarde, em função da necessidade de utilização do laboratório. Depois disso, fui chamado para trabalhar na secretaria, e comecei a trabalhar na administração, junto com outros funcionários. O senhor dava aula de quê? EA: Eu me formei em Geografia e História, mas dava aula de Geografia. Dei aula no Ginásio e no segundo ciclo, no Clássico. À medida que fui me enfronhando mais na administração, comecei a diminuir as aulas. Quando o senhor assumiu a Direção do colégio? EA: Em 1960 ou 1961, pelo fato de o Carlos Flexa Ribeiro, que era o Diretor na época, ter sido chamado para a Secretaria de Educação. Gostaria que o senhor me falasse um pouco como era seu trabalho na direção do colégio. EA: Como Diretor eu vi o colégio crescer muito e se colocar entre os mais importantes da cidade. A preparação que o Andrews fazia para as faculdades era enorme, a ponto de recebermos, cada vez mais, alunos que vinham só para o Ensino Médio. O senhor identifica fases diferentes no Colégio Andrews? EA: Houve um momento em que o colégio se dedicou profundamente a essa preparação para o vestibular e foi um expoente. No princípio, era uma escola que dava formação, educação e conhecimento para os alunos. Num outro momento, a escola se fez fundamental para o aluno entrar na faculdade. O senhor destacaria algum elemento na orientação pedagógica do Andrews? EA: A orientação pedagógica do colégio sempre teve um excelente trabalho, e o Andrews foi pioneiro em relação a isso. De uns tempos para cá muitos colégios fecharam. O que o senhor acha que o Andrews tem que resistiu ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008? EA: Qualidade. Hoje a concorrência cresceu enormemente e as pessoas veem a necessidade de colocar os filhos em escolas que realmente possam prepará-los para o ingresso na faculdade. Qual é o papel que o Colégio Andrews teve na sua vida? EA: Foi muito importante, porque foi a minha vida até os meus 50 anos. Eu vivi como aluno dentro do Colégio Andrews, acabei meu curso e comecei a trabalhar no Andrews. O colégio me deu tudo o que eu sei. Muito obrigado, professor Edgar, pelo seu depoimento.
Edgar Azevedo
90 anos do Colégio Andrews
Compartilhe esse post:

Veja também

Fale conosco

mão segurando telefone celular com logomarca do Colégio Andrews
Se preferir, fale com a gente pelo telefone