Projeto Andrews 90 Anos
Entrevista com Lauro Jardim
Rio de Janeiro, 31/10/2007
Entrevistadora: Regina Hippolito
Onde e quando você nasceu?
LJ: Nasci no Rio de Janeiro, em 1962.
Quem eram seus pais?
LJ: Meus pais eram Lauro César Jardim e Ângela de Souza Jardim. Nenhum dos dois estudou no Andrews. Minha mãe era dona de casa e meu pai era industrial.
Onde você fez seus primeiros estudos?
LJ: Fiz o Jardim da Infância no Colégio Cirandinha, em Copacabana. Em 1969, no Pré-primário, fui para o Colégio Andrews, na unidade da Visconde de Silva.
Você se lembra dos professores dessa época?
LJ: No primeiro ano, minha professora era a tia Lígia. No terceiro ano, era a tia Cleide, e no quarto, a tia Olga.
E de seus colegas, você se lembra?
LJ: Sim, de muitos deles. Não os vejo há muito tempo, mas revi alguns pelas fotos e, talvez por vício de jornalista, lembro-me dos nomes e sobrenomes.
Fui da mesma turma do Pedro Flexa Ribeiro desde o Pré-primário. Também estudaram comigo o Roberto Bahia – meu grande amigo –, André Gama Vasconcelos, Paulo Roque Reis e Renato Adauto. Recentemente, encontrei o Eduardo Silveira na praia, embora ele more em São Paulo.
Quando e como foi sua ida para a unidade da Praia de Botafogo?
LJ: Foi em 1977. Minha trajetória escolar foi um pouco acidentada, pois fui reprovado na sexta série. Acabei fazendo a sétima série em outro colégio e voltei para o Andrews na oitava. Fiz um percurso diferente da maioria.
Tudo que eu queria era voltar para o Andrews. Foi um grande impacto pessoal ter sido reprovado, não pelo fato em si, mas por ter saído do colégio onde estavam todos os meus amigos.
Você se lembra dos professores do segundo grau?
LJ: Sim. O Lula, de História, foi um professor marcante. Também havia um professor de Geografia de quem eu gostava muito. O Fernando, de Química, me deu um conselho que nunca esqueci. Quando comentei que queria fazer jornalismo, ele disse: "Não faça isso, seus pais pagaram um bom colégio para você, jornalismo não tem futuro." Ainda bem que não segui esse conselho!
Você acha que o Andrews influenciou a escolha da sua profissão?
LJ: Não. Sempre foi algo muito pessoal. Desde os 14 anos, eu lia seis jornais por dia e sempre tive uma grande atração por eles. Primeiro, pelo formato impresso – revistas e jornais – e depois percebi que era pelo jornalismo em si.
Recentemente, o Pedro me convidou para fazer uma palestra na Semana Ocupacional do Andrews. Foi uma sensação forte voltar ao colégio. Acho que não ia à unidade da Visconde de Silva desde 1975.
Quando você se formou?
LJ: Não terminei o último ano no Andrews, pois fui novamente reprovado. Acabei cursando o terceiro ano no Colégio São Pedro de Alcântara.
Em que ano você entrou para a faculdade? E qual instituição frequentou?
LJ: Entrei para a faculdade em 1982. Cursei Comunicação na PUC-Rio.
Como foi seu primeiro emprego?
LJ: No primeiro ano da faculdade, fiz um estágio e, depois, fui contratado pela TV Globo para atuar no Centro de Documentação, fazendo pesquisa de texto para o jornalismo. No último ano do curso, prestei prova para um estágio no jornal O Globo, fui aprovado e segui minha carreira por lá.
Qual foi a importância do Colégio Andrews na sua vida?
LJ: A qualidade de ensino do Andrews sempre foi muito forte, algo que a gente só percebe de verdade mais tarde. Além disso, havia um equilíbrio entre disciplina e liberdade. Estudar em uma escola com esse nível de ensino e um ambiente tão positivo teve um impacto enorme na minha formação.
Muitas escolas fecharam nos últimos anos. O que faz o Andrews resistir ao tempo e completar 90 anos em 2008?
LJ: Acredito que o Andrews soube se renovar sem perder sua identidade. Ele tem uma marca muito forte e ainda é uma referência. Modernizou-se sem perder prestígio, e isso é essencial para a longevidade de uma instituição de ensino.
Muito obrigada pelo seu depoimento.
