ENTREVISTA COM LUCIANO MAURÍCIO
EX-ALUNO E PAI DO ALUNO LUI TEIXEIRA DE OLIVEIRA
Trajetória no Andrews
Comecei os meus estudos em um colégio em Botafogo, onde conheci o Roberto Frejat, e nossas mães fizeram uma amizade que dura até hoje. Quando passamos para o 3º ano primário, migramos juntos para o Andrews, onde ficamos até o vestibular.
Tenho um carinho muito especial pelo colégio, pois lá vivi minha juventude.
Contato com ex-colegas
Mantenho contato com alguns colegas, além do Frejat: Nilo Romero, Lelis Cavalcanti, Renato Salazar, que era um dos diretores do jornal que idealizei, George Israel. A maioria deles é ligado a atividades musicais.
Na época da Praia de Botafogo, houve uma cisão, porque alguns colegas escolheram a área de Humanas e eu fui para a área tecnológica, porque escolhi fazer vestibular para Arquitetura. Sou formado em Arquitetura e Urbanismo, mas nunca exerci. Trabalhei como perito judicial durante um período, e cheguei a tocar com o Cazuza, a convite do Nilo Romero, que era o produtor musical na época.
Por que matriculou o filho no Andrews
Conheci minha ex-mulher, mãe do meu filho, no 3º ano primário, no Andrews, mas não nos falávamos. Anos depois, quando estávamos na faculdade, nos reencontramos, e ficamos juntos por 34 anos. Nosso filho tem 14 anos.
Além dela, todos os quatro irmãos estudaram no Andrews. Assim, a intimidade com a instituição e o ensino de excelência pesaram na decisão. O Andrews sempre foi um colégio de vanguarda, que privilegia as artes. Eu sou professor de artes, entre outras atividades, e ela é professora de artes visuais. Achamos que o Andrews seria o melhor lugar para a educação do nosso filho, por dar continuidade ao que vivenciamos lá.
Importância do Andrews na sua vida
As amizades foram muito importantes. Junto com o Roberto Frejat, desenvolvi uma paixão pela música, que acabou se transformando na nossa atividade profissional. Casei-me com uma ex-aluna do colégio. Tudo está relacionado à história do Colégio Andrews.
Andrews pensa diferente / faz diferença
Acho que o Andrews foca muito na esfera das artes, na música, nas artes visuais e na literatura. O colégio tem uma vocação especial para isso, mas mantém uma visão ampla do mundo, tanto nas áreas tecnológicas quanto nas ciências humanas.
O que levou o Andrews a completar 100 anos
O comprometimento com a boa educação: professores, alunos, o ambiente, tudo é muito marcante no colégio Andrews. Lembro-me do professor Aloísio, austero e ao mesmo tempo paternal, do professor Maia, de Ciências, do Vilaça, de Geografia, da Maria da Penha, de Química, todos profissionais muito capacitados.
Além disso, há a seriedade como os Flexa Ribeiro conduzem o colégio. Nós respeitávamos muito a direção. Acho que todos tínhamos um sentimento de orgulho por estudar no Colégio Andrews.
Lembranças e fatos marcantes
Tenho grandes lembranças da Praia de Botafogo. Lá fizemos apresentações musicais e teatrais. Começamos com o Rocky Horror Show.
Eu nasci em 1961, em um período em que a maioria das casas ainda não tinha televisão. Meu pai era jornalista e advogado criminalista, e escrevia no extinto jornal Última Hora. Em 1972, inspirado por uma novela, chamei os colegas mais próximos – Edgar Arruda, Renato Salazar, Roberto Frejat e outros – e começamos a fazer um jornal. Eu juntava as coisas que escrevíamos, selecionava e fazia as matérias. Quem datilografava era minha mãe. Não havia a praticidade de hoje, com o computador. A diagramação era complicada. O nome do jornal era “O Plá”. Se não me engano, foram cinco edições, porque era muito difícil fazer, e estava comprometendo meus estudos.

Luciano Maurício
100 anos do Colégio Andrews