Projeto Andrews 90 anos
Entrevista com Vanderley Rodrigues Macedo (Administração)
Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2007
Entrevistadora: Regina Hippolito
Onde e quando você nasceu?
VRM: Nasci no dia 23 de novembro de 1948, em Crateús, Ceará.
Quem foram seus pais?
VRM: Pedro Teixeira de Macedo e Firmina Rodrigues Macedo.
Onde você passou a sua infância?
VRM: No Ceará. Foi um período difícil, como é comum em muitas famílias nordestinas.
Você veio para o Rio com seus pais?
VRM: Não, vim sozinho em 1969, sem conhecer nada. Fui morar em São Cristóvão, na casa de um conhecido, onde fiquei por uns 15 dias. Consegui meu primeiro emprego em Santa Teresa, na casa de Olavo Monteiro de Carvalho, onde trabalhei por três anos. Em 1971, ingressei no Colégio Andrews.
Como foi seu primeiro contato com o Colégio Andrews?
VRM: Foi por meio de um conhecido que trabalhava como inspetor no colégio. Ele me disse que havia uma vaga e me incentivou a me candidatar. Fiz a inscrição, fui aceito e comecei a trabalhar como inspetor.
Quem fez sua entrevista no Andrews?
VRM: O professor Aluísio, a dona Luzia, orientadora, e a dona Guilhermina também participaram da entrevista. Inicialmente, trabalhei meio expediente na parte da tarde. Depois, conversei com o doutor Edgar e passei a trabalhar em período integral. Na época, eu morava na Praia de Botafogo, bem próximo ao colégio.
Você tomava conta de quais turmas?
VRM: Naquele tempo, a jornada começava com a quinta série do ginásio e ia até a segunda série do segundo grau. Trabalhei com todas as séries. Era gratificante porque, quando se faz o que gosta, tudo se torna mais fácil. Depois de seis anos, conversei com o doutor Edgar e passei a morar no colégio, o que facilitou muito minha rotina. Morei lá por seis anos, mas depois me casei e precisei sair.
Você sempre trabalhou na unidade da Praia de Botafogo?
VRM: Sim, sempre. Só vim para a unidade da Visconde de Silva quando o colégio mudou para lá. Na Praia de Botafogo, trabalhei também como coordenador por seis anos.
Como você se tornou coordenador?
VRM: O professor Jorge Oliveira, que era coordenador, faleceu. Como eu era o inspetor mais antigo, sugeriram que eu assumisse a coordenação até o fim do ano.
Em que ano isso aconteceu? Quais turmas você coordenou?
VRM: Foi por volta de 1985 ou 1986. Fiquei responsável pelas turmas da sétima e oitava séries, que eram as do Jorge Oliveira.
Depois desse período como coordenador, o que aconteceu?
VRM: Voltei a ser inspetor. Depois, surgiu uma vaga no almoxarifado e fui trabalhar lá, cuidando da parte de audiovisual. Eu recebia uma gratificação e fiquei nessa função até a mudança para a Visconde de Silva.
Você chegou a trabalhar no TACA?
VRM: Sim, fui o responsável pelo setor. O Miguel Falabella saiu e, em seguida, vieram a Maria Padilha, depois Felipe Martins e Gustavo. Foi um período muito bom.
O TACA tinha uma boa infraestrutura, não?
VRM: Sim, o auditório era excelente. Depois, foi instalada uma nova iluminação e ficou um teatro de primeira. A cabine de projeção ficou ótima. Passávamos filmes em 16mm, muitos emprestados da Globo. No teatro, eu trabalhava como porteiro, recebia os ingressos e ficava até o último aluno sair.
Você trabalhou com o doutor Carlos?
VRM: Sim, por muitos anos. Ele era uma pessoa excelente.
Quais professores mais marcaram sua trajetória no colégio?
VRM: Muitos. O professor Maia de Ciências, o Luiz Carlos de História (o tio Lula), o professor Moraes de Português, a Evelyn de Inglês, que era excelente, a professora Orquídea, o Loureiro, a Penha Jacobina, o professor Talvane de Matemática, o Vilaça de Geografia. Como coordenadores, destaco Jorge Miguel, que era uma excelente pessoa, e Jorge Oliveira, que era muito querido. Também lembro da professora Antonieta, de Matemática.
Qual é sua função atualmente no colégio?
VRM: Sou chefe de manutenção. Cuido de tudo. Se faltar telefonista, eu substituo. Se a recepcionista faltar, estou ali. Chego ao colégio às 5h40, e se o porteiro faltar, fico na portaria. Faço de tudo, desde a portaria até o campão.
Muitos colégios fecharam nos últimos anos. O que você acha que fez o Andrews resistir ao tempo e completar 90 anos em 2008?
VRM: Acho que o fato de ser comandado pela mesma família é um fator fundamental. No setor financeiro, há uma pessoa muito experiente que cuida bem das contas do colégio. No departamento pessoal, há profissionais que conhecem tudo e vestem a camisa do Andrews. O colégio sempre foi um excelente lugar. Meu filho estudou aqui e hoje está cursando faculdade de Direito.
Qual foi a importância do Colégio Andrews em sua vida?
VRM: O Andrews foi tudo para mim. Cheguei ao colégio com pouco mais de 20 anos e tudo que sou e tenho devo a ele. Sou muito grato. Meu filho está se formando graças ao colégio.
Muito obrigada pelo seu depoimento, Vanderley.

Vanderley Rodrigues Macedo
90 anos do Colégio Andrews